12 junho 2018

Entrevista : Daniel Nonohay , autor do livro Um Passeio No Jardim Da Vingança.

Olá
Hoje quis falar de um livro de uma outra forma, e qual seria a melhor maneira senão conversando com o autor? Hoje apresento para vocês um pouco do Daniel Nonohay e sua obra Um Passeio No Jardim Da Vingança


Título : Um Passeio No Jardim Da Vingança
Autor :Daniel Nonohay
Páginas : 303
Editora : Novo Século ( Talentos Da Literatura Brasileira)


Sinopse: Seja bem-vindo ao nosso futuro! As grandes cidades convivem com a divisão entre as "zonas vigiadas" e suas periferias. O uso de drogas e medicamentos é disseminado, sendo controlado por laboratórios. Implantes cibernéticos são uma realidade, aumentando capacidades e aptidões, como a de memória, para aqueles que conseguem arcar com os custos. Religiões e grupos terroristas alimentam-se do descontentamento e das diferenças sociais. Vamos acompanhar a história de Ramiro, um advogado de meia-idade, drogado, rico e sem objetivos, que tenta dar algum sentido a sua vida, após quase ser morto. Em meio à luta para retomar o controle do seu Escritório, que havia abandonado aos sócios, descobre um segredo que poderá destruir a todos os que o rodeiam e coloca a sua vida em risco. Um passeio no jardim da vingança é um caleidoscópio de anti-heróis em um mundo onde a tecnologia aumentou dramaticamente as nossas potencialidades, mas não nos tornou livres da própria natureza humana.

1- Fale um pouco sobre você.

Sou gaúcho, casado, pai de duas filhas, juiz do trabalho e tenho 44 anos.

 Sempre fui apaixonado pela leitura. Meu pai e minha madrinha liam muito. Fui favorecido com estes exemplos e com a facilidade de acesso à literatura.
 Cresci em uma época pré-internet, pré-videogame e com televisão aberta restrita a quatro ou cinco canais, quando o sinal pegava. A criança não tinha muitas opções para fugir da realidade, principalmente quando estava sozinha em casa. As revistas e, depois, os livros eram as portas que te levavam para outros mundos.
Minha paixão por literatura me levou a querer ser escritor. Assim, posso dizer que sempre quis ser escritor, assim como quis ser juiz. 

2-Quando você se viu autor?


Quando eu estava cursando a faculdade de direito, arranjei um trabalho como representante (vendedor) de produtos químicos e siderúrgicos na empresa de um amigo. Naquela época, afora quando estava no telefone vendendo ou operando a máquina de telex (uma precursora do fax e do e-mail), não tinha nada para fazer. Ou lia ou ... escrevia. E foi o que fiz. Meu primeiro livro saiu ali, escrito à mão, em cadernos pautados.
A vida impõe-nos algumas decisões e, em algum momento por volta dos vinte anos, tive que privilegiar um dos sonhos.
Quando fiz quarenta anos, resolvi finalmente atender à necessidade que tinha de contar histórias. A primeira foi O Passeio no Jardim da Vingança.


3- Quanto tempo levou para concluir Um Passeio No Jardim Da Vingança?


Entre a decisão e a última revisão, o processo de escrita demorou cerca de dois anos. Como escrever não é minha principal ocupação profissional, tinha que encontrar tempo à noite, nas férias e nos finais de semana. Apesar do pouco tempo disponível, foi um processo divertido, de descoberta de técnicas de escrita e de autoconhecimento.
Hoje, acredito que escreveria o mesmo livro em cerca de metade do tempo. 

4- Quando Você decidiu publicar o seu livro?

Eu sempre soube que o publicaria.
Quando o terminei, fiz uma análise das possiblidades.
Eu era um autor novo, desconhecido no meio e com um livro para um segmento específico. Minha chance de ser publicado por uma grande editora ou de encontrar alguma agente era praticamente zero.
 Assim, resolvi investir abreviar o processo e investir na publicação da obra. Entre todas as possibilidades que analisei, a que me pareceu melhor, naquele momento, foi a da editora Novo Século, através do sela Talentos da Literatura Brasileira.
Este caminho teve vantagens e desvantagens. A editora atendeu às minhas expectativas nas partes de revisão, edição e impressão. De outra mão, ocorreram problemas de distribuição e informação sobre vendas.

5- Quais suas inspirações para escrever?

Gosto de escritores de frases curtas, diretas e significativas, como o Raymond Carver e o Hemingway. Escrever assim é um desafio. Caso consigas, o texto resultante é claro e translúcido, deixando espaço para a história fluir. Gosto, também, do estilo simples e eficiente do Haruki Murakami. Entram na lista, ainda, por outros atributos, Philip Roth, Philip K. Dick e George RR Martin.
       Se eu fosse obrigado a escolher apenas um, seria o Stephen King. Eu o leio desde criança. Mesmo com as naturais modificações de gosto no correr da vida, sempre o considerei um ótimo contador de histórias. King constrói bem seus personagens e consegue fazer você acreditar e se divertir com as ideias e histórias mais estapafúrdias. 


6- Qual a sensação de ver seu livro nas estantes do país?

 Eu fico emocionado. É a realização de um sonho e uma felicidade que se renova a cada novo episódio. Estes dias, estava em uma fila de embarque num aeroporto e vi meu livro exposto na vitrine de uma livraria. Saí da fila e fiquei olhando para ele, como uma criança em frente a uma loja de brinquedo. Você projeta isso várias vezes, no longo processo de escrita do livro. Quando ocorre, a sensação é incrível.

7 -Algum autor iniciante já te pediu conselhos sobre a escrita?

 Sim, já ocorreu algumas vezes. Há pedidos de conselhos, de opiniões sobre textos e de dicas sobre como e onde publicar. Acho ótima esta troca de experiências. O ato de escrever é solitário. O escritor precisa de contato com outros que sofrem dos mesmos males e vivem as mesmas alegrias, para poder situar a si a sua obra. Atendo a todos com o maior prazer.

8- O que o leitor pode esperar de Um Passeio No Jardim Da Vingança?

Um Passeio no Jardim da Vingança é um suspense denso, com personagens marcantes e amorais, que dão à narrativa múltiplos pontos de vista e linhas cronológicas, e onde a ficção científica é um pano de fundo para uma história na qual o personagem principal é a natureza humana.
Nele, as grandes cidades convivem com a divisão entre as “zonas vigiadas” e suas periferias. O uso de drogas e medicamentos é disseminado, sendo controlado por laboratórios. Implantes cibernéticos são uma realidade, aumentando capacidades e aptidões, como a de memória, para aqueles que conseguem arcar com os custos. Religiões e grupos terroristas alimentam-se do descontentamento e das diferenças sociais.
A narrativa acompanha a história de Ramiro, um advogado de meia-idade, drogado, rico e sem objetivos, que tenta dar algum sentido a sua vida, após quase ser morto em um atentado terrorista.
Em meio à luta para retomar o controle do seu Escritório, que havia abandonado aos sócios, descobre um segredo que poderá destruir a todos os que o rodeiam e coloca a sua vida em risco.

9- Projetos futuros ? Pode nos dar um leve spoiler do que Daniel Nonohay está planejando ?

Meu segundo livro, A Dança na Escuridão, é um realismo fantástico que tende para o terror, ambientado no Brasil do século passado. O personagem principal é um empata, nascido nos anos cinquenta. A história inicia no segundo governo Vargas e estende-se até os anos iniciais da ditadura militar. A compra do livro está sendo analisada por algumas editoras.
O terceiro, Sorumbático e Meditabundo, é uma comédia contemporânea sobre amor, religião e preconceito. Devo terminar o primeiro manuscrito em cerca de dois meses.
Além disso, escrevo e publico semanalmente crônicas e contos no meu site (clique aqui ), além de colaborar com críticas de cinema e resenhas literárias para os sites Homo Literatus, Noset e Novo Nerd.

10 -Deixe uma mensagem para os leitores.

Para os leitores, espero, sinceramente, que vocês se divirtam com Um Passeio no Jardim da Vingança. Meu objetivo era este: criar e contar uma boa história. A ideia de outros compartilhando esta história é fantástica. Leiam, critiquem e comentem. Na medida do possível, responderei a todos os que me contatarem.
Para os futuros escritores, digo que escrever requer obstinação, paciência e disciplina. Se tiver algum talento, melhor. Mesmo que escrever seja uma necessidade, você não se livrará dela se não tiver muita persistência. E tente, sempre, divertir-se durante este processo.

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No site do autor também tem disponíveis o prólogo e o primeiro capitulo do seu livro Um Passeio No Jardim da Infância, e aproveite e se cadastre e sempre irá receber um email com as atualizações.

Quer conhecer outros autores? Então veja as entrevistas de :

Bjus de luz.

11 comentários:

  1. Oi Jis, eu adoro entrevistas com os autores, principalmente por conhecermos um pouquinho a mais a criação da obra. Gostei muito da sinopse deste primeiro livro e amei saber que o Daniel é gaúcho, como eu. Gostei como ele descreveu a escrita do King, concordo com ele. O segundo livro que será lançado, também me pareceu muito bom, espero poder ler ambos.
    Bjos
    Vivi
    http://duaslivreiras.blogspot.com/

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  2. Não conhecia o livro e nem o autor, por isso entrevista me ajudou a conhecê-los melhor.
    Parabéns de fazê-la.
    Bjs Rose

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  3. Olá, tudo bem?
    Duas coisas chamaram minha atenção: ele não desistiu. Ser escritor estava dentro dele e no momento certo, ele pode realizar seu sonho. E quem me conhece, sabe que eu adoro a natureza humana, quando ele falou que seu livro é sobre ela, ele me ganhou na hora. Parabéns ao autor, desejo muito sucesso e espero um dia poder ler seu livro.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com/

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  4. Olá!
    Eu gosto muito de entrevistas, pois além de conhecer um pouco mais da obra do autor, através dos seus olhos, também temos a chance de conhecer o autor, seu processo de escrita, suas motivações e anseios. É muito bom, pois podemos nos aproximar da sua realidade e, de forma direta ou indireta, da obra. Parabéns! Sucesso para os dois!
    Abraços

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  5. Olá!
    Gostei muito de conhecer esse autor por meio dessa entrevista. É a primeira vez que leio sobre ele e acho ótimo essas entrevistas, elas nos aproximam ainda mais de quem está do outro lado do livro.
    bjs
    Lucy - Por essas páginas

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  6. Olá!
    Não conhecia o autor, essas entrevistas são ótimas pois conhecemos um pouco os autores. Adorei essa capa, ficou linda. Desejo muito sucesso, e muitos livros pela frente!

    beijos!
    https://blogminhaestanteliteraria.blogspot.com/

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  7. Já tinha visto o livro algumas vezes, mas não conhecia o autor. Gostei da história dele , ainda mais por passar a mensagem de que nunca é tarde para fazer aquilo que se ama, que no caso dele é contar histórias e eu admiro muito a Talentos da Literatura Brasileira, tenho alguns livros da editora na minha estante e gosto bastante. Nem preciso dizer que o segundo livro me chama ainda mais atenção, gosto muito da temática escolhida para a obra. Enfim, desejo sucesso a ele e quero conferir algumas resenhas sobre o livro em questão.

    Abraços.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com/

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  8. Olá Jis,
    Ainda não conhecia esse autor, mas achei ele muito simpático e gostei muito das suas respostas. Acho que essa determinação dele que o fez chegar onde está. Além disso, ele conta com grandes nomes que o inspira e, apesar de não gostar muito do George RR Martin, entendo que o cara é uma lenda. O livro parece ser, realmente, uma boa história como o autor pontuou e acho que faria essa leitura sim.
    Beijos

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  9. Que bacana, esse selo da Novo Século com certeza vem dando oportunidade a novos rostos na literatura. Eu nao conhecia o autor mas gostei de conferir a sua história, principalmente de ver que seus hábitos de leitura vieram de família.

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  10. Olá!
    Gostei de conhecer mais do autor e dessa obra, mesmo não sendo meu gênero preferido, fiquei impressionada com essa capa. Bom ver grandes editoras dando espaço para os autores nacionais.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  11. Também cresci numa época pré-internet e, sinceramente acho que foi uma infância muito legal... rs... Achei bem interessante a premissa do livro mas vou procurar resenhas, sempre fico com receio disso do personagem principal ser a natureza humana, porque normalmente resulta em algo negativo e me faz perder mais ainda a fé na humanidade, então preciso descobrir se o livro é assim. De qualquer maneira, adorei a entrevista!

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